quarta-feira, 15 de setembro de 2010

12 de agosto, 2010

Ontem, no caminho pra casa, colhi flores, e as dei pra mim.
Ontem, no caminho pra casa, senti um frio na barriga muito grande, e meus olhos se afogaram.
Fugia dos olhares, e mudava o meu; talvez, uma defesa minha.
Não tinha pressa, andei com os passos mais devagares e curtos que eu podia. Pisando em cada folha seca.
Enquanto esperava, brinquei com um guardanapo, o dobrei, o rasguei e com ele, fiz meu próprio lobo, mas ele se desfez, não podendo me proteger. Estava desprotegida, meu porto-seguro
tinha ido com o vento, porque se desfez.
A música que tocava nos fones em meus ouvidos, parecia estar vindo dos automóveis. Não ouvia as buzinas, os freios, nada.
Quando levantava minha cabeça, procurava neles,
algo que sabia que não encontraria.
Adormeci, com todos os remédios que tomei. O engraçado, é como ele ainda vive em meus sonhos.
Ele sempre vem até mim. Sempre me abraça, e toda a angústia se vai. O vento me tira tudo de triste.
Parece tão real, que as vezes chego a confundir com o que me é real. Eu queria ter tais braços ainda.
Quando sonho com essas coisas, sempre acordo sorrindo.
Mas só nos sonhos que ainda vive, quando acordada, não lembro de seu semblante, minto, até me lembro, mas com um embassado enorme por cima.

Enquanto isso, continuarei colhendo flores para mim mesma,
sempre as mais bonitas, e as mais sozinhas que eu ver.

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